Quadro decorativo ou Obra de Arte?
- Janaina Ruthes
- 24 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
No último texto do blog, escrevi sobre a receptividade da arte; durante essa semana muitas ideias e anseios vieram em minha mente. Novamente o conceito de servir com nosso talento e trabalho, de forma prazerosa e não virtuosa. Junto com esses pensamentos, um desejo intenso de repassar um entendimento sobre a diferença entre uma obra de arte e um quadro decorativo. Então, resolvi escrever esse texto para tentar explicar um pouco sobre isso.
De início, vale lembrar que conceitos decorativos são muito diferentes dos princípios artísticos, embora os dois possam andar juntos.
A decoração de interiores é pautada sobre alicerces técnicos, executivos, aplicação de materiais e principalmente sobre modismo e comércio. Já os conceitos artísticos vão muito além disso, pois a arte é a mais pura expressão do ser humano, ela esbarra em sentimento, afinidade, emoção, admiração. A arte sempre estará “falando” com você; ela é carregada de energia de quem fez e de quem recebe.
Um quadro decorativo é uma versão da imagem que você quiser em forma de obra de arte – MAS NÃO É UMA OBRA DE ARTE. Ele geralmente é pensado comercialmente em sua concepção e é produzido em dezenas ou milhares. Já uma obra de arte, segundo as palavras de Igor Scaldini*:
“Uma boa obra de arte é aquela que te desperta um desejo incontrolável de reflexão, que você simplesmente não pode tirar os olhos. Algo que desperta os seus sentimentos mais profundos e abre a sua mente para novos insights. ”
Eu entendo que uma casa sem ARTE é uma casa sem ALMA, simples assim.
Também, é importante salientar, não só o valor estético, mas também o valor de investimento que uma obra pode proporcionar, existe um mercado muito especial pautado em obras, artistas e sua valorização.
Minha proposta é que as pessoas, profissionais, arquitetos, decoradores estudem sobre isso, (pode ser um valor agregado ao seu trabalho, além de um estímulo ao mercado nacional), vamos cuidar com o que colocamos em nossas casas e ambientes, vamos valorizar o sentimento humano como prioridade em nossas criações físicas que tanto impactam a vida das pessoas.
É uma reflexão difícil, eu sei, principalmente devido ao estímulo do consumismo frenético e modismo da nossa sociedade, mas tenho certeza de que o resultado e conhecimento nessa área serão uma grande porta aberta, para qualquer lugar que queira ir!

Hall de entrada de Edifício. Obra: Tríptico em aquarela.
Janaína Ruthes
Arquiteta e Artista Plástica
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