E VIVA NOSSAS CATARSES

Catarse é um processo de purificação, de liberação do que estava reprimido, causando uma sensação de alívio. Lógico que esse conceito é muito bem resumido e singelo, mas o objetivo aqui não é falar sobre o significado místico, médico, psicológico do processo.

Recentemente estudei em um livro* (que por sinal, recomendo muito) que a arte é catártica e isso me fez refletir o quanto esse processo pode ser incorporado no nosso dia-a-dia de forma consciente, para nos fazer sentir melhor.

Sobre a catarse ser uma característica primordial da arte, é assunto para vários outros textos que eu entendo de fundamental importância para o ser humano pleno e unificado – prometo que vou tentar expor minha opinião aqui, mas em outra situação.

A “ficha” que caiu quando do estudo, foi de que a catarse não precisa ser um evento ou situação dramática, de proporções enormes e que envolva todos os problemas de uma vida (era o que eu entendia até então), mas sim, que ela pode acontecer inúmeras e infinitas vezes, desde que permitamos e tenhamos consciência para perceber e tirar partido dela.

Por exemplo: Permitir-se parar um momento no trabalho para sentar no chão e brincar de quebra-cabeça com seus filhos. Parece ridículo, mas quantas mães ou pais se sentem culpados por deixar o trabalho de lado alguns momentos.

Espera um pouco, para e pensa, vai te fazer bem? Pega esse sentimento de culpa e ressignifica, muda a visão, olha por outro ângulo. Senta no chão, viva e perceba que está fazendo isso por escolha consciente. Agora respira e sente - Liberdade!

Toda a vez que conseguimos nos libertar da ansiedade para sermos essência, estamos permitindo uma pequena catarse.

Minha ideia do que é uma catarse mudou. Estou tentando ajustar esse conceito todas as vezes que algo me incomoda. Todos os dias, um após o outro e isso tem feito bem, me faz sentir mais leve.

Então:

-Muitas catarses pra vocês!

Janaína Ruthes

26/01/21

*Rohden Humberto. FILOSOFIA DA ARTE. Editora Martin Claret Ltda., 2007.